Contrariando as usuais propostas do capitalismo selvagem,
hoje 11 de agosto de 2013, eu e minha esposa Francy resolvemos reunir a família
para um almoço especial. Nossos pais, os homenageados, compareceram e foi muito
gratificante vê-los reunidos.
Claro que presentes sempre são bem vindos, mas a ditadura
capitalista que pretende arrastar multidões aos shoppings centers dispostas a
consumir compulsivamente os mais variados produtos nas datas festivas (muitas
delas, criadas com o propósito de fomentar o consumo) acaba por coisificar as
relações interpessoais.
O
calendário dos lojistas já preveem permanentemente datas como: Natal; Páscoa;
Dia das mães; Dia dos pais; Dia dos namorados; Dia das crianças; Halloween (Dia
das Bruxas); engraçado que o comercio não tem escrúpulos, não importa a quem se
dirige a homenagem, se ao bem (caso do Natal, por exemplo) ou ao mal (Dia das
Bruxas), contanto que haja oportunidade para vender; vender e vender.
Os
profissionais de marketing têm sido muito eficientes em estabelecer
um caráter transversal nas atividades comerciais (tudo leva as
vendas).
Por isso, decidimos não nos deixar levar pela “onda” do
consumo desenfreado, ainda que tenhamos consumido uma deliciosa refeição
(risos), e priorizarmos o estar junto, o compartilharmos momentos de
confraternização. Quando deixei minha mãe em casa após o almoço, a ouvi
declarar como havia sido bom ter saído de sua casa e se distraído um pouco.
Com seus 84 anos, ela já não passeia com a frequência de
outrora. Os seus seis filhos estão todos casados e tem passado os dias
ultimamente cuidando do que restou de sua família: ela e meu pai. A casa ficou
grande para os dois; os filhos foram embora.
Por tudo isso, o dia dos pais foi um dia cheio de
significados. O dia se foi, mas ficou a convicção de que devemos sempre, criar
oportunidades para mostrar a quem amamos, o quanto eles são importantes, o que
não significa necessariamente, dar-lhes um presente. Basta um tempo de
qualidade; um espaço na agenda; uma parada em meio a correria do dia-a-dia,
para fazer-lhes companhia.