quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Legado da Copa do Mundo de 2014

O Brasil terá em 2014 a oportunidade de sediar pela segunda vez uma copa do mundo FIFA, mais conhecida como campeonato mundial de futebol. A primeira vez que sediou a competição foi em 1950, deixando porém escapar o título numa final dramática contra a Celeste Olímpica, como é conhecida a seleção Uruguaia, que venceu de virada por 2 x 1, aos 37 minutos do segundo tempo, quando Alcides Ghiggia, atacante Uruguaio (único jogador da Celeste, ainda vivo), selou o destino da seleção canarinho, enterrando o sonho de sagrar-se campeã em casa. Como brasileiro, gostaria de passar uma borracha nessa história, mas consola-nos o fato de sermos a única seleção participante em todas as versões do certame e a que mais títulos possui (não se pode ganhar todas, né?). 

Temos agora, diante de nós uma nova oportunidade de escrevermos uma história diferente. Creio que muito antes de a bola rolar nos gramados das 12 (doze) cidades que sediarão os jogos, a Copa já modificou o cenário político da nação. Curiosamente, uma sucessão de fatores culminaram pelo estabelecimento de um clima de indignação e consequente protagonismo político fora do comum, no cidadão. 

É que o povo tem acompanhado a urgência dos preparativos para o evento, que envolve a construção de uma infra-estrutura, incluindo reformas de estádios de futebol; modernização de Aeroportos; construção de auto-estradas, etc. Tudo para se garantir o atendimento das demandas do superaquecimento do turismo, evitando os embaraços da deficiência dos serviços públicos pré-existentes. 




Os meios de comunicação passaram  a divulgar o conceito de "Padrão-FIFA", quando referiam-se às exigências que a Féderation Internationale de Football Association (FIFA) tem feito quanto aos projetos arquitetônicos dos estádios, que tem exigido o emprego de vultosos recursos. 

O NOVO MARACANÃ


O NOVO MARACANÃ (PARTE INTERNA)


Diante da incoerência  de termos Escolas de Educação básica sem a mínima estrutura para o seu bom funcionamento; Hospitais Públicos que são verdadeiros depósitos de gente moribunda, onde o paciente entra com uma doença e sai com outra, vários setores da comunidade passaram a questionar a flagrante inversão de prioridades.



Alguns chegam a posicionar-se contra a Copa apontando essas incoerências como razão que justificariam a impropriedade do emprego de tantos recursos em um evento onde a maioria dos cidadãos brasileiros sequer terão condições de participar, em detrimento das deficiências existentes nos serviços de Saúde; Educação; Transportes, etc que permanecem sem solução.  

Em seu site Oficial, a FIFA afirma ter como missão "construir um futuro melhor", buscando liderar pelo exemplo e direcionar a força do futebol e a influência que possui sobre o esporte e sobre os seus parceiros para produzir mudanças positivas na sociedade e no meio ambiente", daí o conceito do "padrão-FIFA" que considero se constituir no maior legado que a Copa do mundo de 2014 deixará ao povo brasileiro. 

Só podemos entender melhor as manifestações públicas que passaram a ser notícia recorrente na imprensa nacional e internacional ao percebermos que o povo assimilou esse legado. Deseja e com razão: escolas padrão-FIFA; hospitais padrão-FIFA; aeroportos e rodoviárias padrão-FIFA, enfim, um Brasil padrão-FIFA.





Enquanto isso, nossos políticos viram o "tiro sair pela culatra", pois quando fizeram lobbies pela aprovação do Brasil para sediar a Copa, esperavam tirar proveito das inúmeras obras de infra-estrutura, que como sabemos, dão ensejo às fraudes em licitações e lucros advindos das mais diversas formas de corrupção. A julgar pelos números das cifras divulgadas oficialmente pelo governo federal a farra já começou e está de vento em popa. 

Segundo o R7 Notícias : "...Nas contas da Consultoria Legislativa do Senado, a Copa 2014 será a mais cara da história e pode chegar a custar R$ 63 bilhões para os governos. Para comparar, o governo da África do Sul gastou R$ 14,5 bilhões em infraestrutura e estádios na Copa 2010." E por essa razão, partidos de oposição pretendem instaurar a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da COPA, com o objetivo de investigar os gastos públicos para realizar o torneio.


O interessante é que a maioria dos políticos parece não se importar com as manifestações. Alguns chegam a desdenhar de seus objetivos, incrédulos de que produzam palpáveis resultados. É que, como diz o dito popular:"O costume do cachimbo, é que faz a boca torta". Acostumados a viverem sem ser importunados, creem piamente na impunidade de seus atos.


Estão embriagados pelos anos de letargia do povo brasileiro, e como se estivessem embalados por um trecho do nosso hino; estão SONHANDO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO, enquanto nas redes sociais e nas ruas, o povo está a dar-lhes o recado: # OGIGANTEACORDOU e 2014 é ano eleitoral!





Abaixo algumas manifestações extraídas das redes sociais:






Um comentário:

Anônimo disse...

O pior é que como ainda estamos vivendo a política do "Café com Leite", modificada, perco a esperança de ver mudar alguma coisa com a eleição, pelo menos neste ano (2014).