sábado, 28 de setembro de 2013

Uma gratificante tarde com os Doutores do Sorriso

Hoje fui acompanhar a minha esposa durante visita a sua tia que convalescia no leito 62 da enfermaria 203 da Fundação Dr Antônio Jorge Dino, conhecido também como Hospital Aldenora Belo (antigo nome da Instituição), após uma cirurgia de remoção de um carcinoma no couro cabeludo. 




Às 14h30min, horário aberto para visitações aos pacientes, ainda na portaria, encontrei-me com um colega de trabalho que havia ido visitar seu pequeno filho acometido de uma leucemia. Após compartilharmos nossos dramas pessoais fui sentar-me num dos bancos disponíveis enquanto aguardava a autorização para ingressar à enfermaria, quando percebi um grupo de jovens, todos trajados de Jalecos brancos.

Nada mais comum para o ambiente onde me encontrava, onde vários jovens estagiários e profissionais de saúde transitam diariamente. Porém, o detalhe que chamou minha atenção foram os adereços coloridos que adornavam suas vestimentas e os rostos maquiados de alguns que os tornavam uma espécie híbrida de profissionais da saúde e artistas circenses; percebi que alguns seguravam uns instrumentos musicais como pandeiro e violão.

Por curiosidade, dirigi-me a eles e solicitei uma foto. A breve e informal conversa com o Guilherme Alves, o  jovem que segurava o violão e usava uma divertida cartola colorida me revelou o que já suspeitava: o grupo, intitulado Doutores do Sorriso", é formado por Acadêmicos de Medicina do UNICEUMA, de períodos variados e que realizam, há aproximadamente 05 (cinco) anos, visitas a crianças hospitalizadas, tendo iniciado no Hospital Aldenora Belo, e estendido posteriormente suas atividades, ao Hospital da Criança.
                     Vista aérea do campus UNICEUMA - Renascença

                     Os Doutores do Sorriso: Acadêmicos do UNICEUMA

O Palhaço Guizim informou-me ainda que o grupo está aberto a convites para atuarem em outras instituições públicas ou privadas. 

Inspirado no famoso filme "Patch Adams - O amor é contagioso", os Doutores Sorriso de São Luís do Maranhão, é um exemplo de como a arte imita a vida ou ainda a vida imita a arte, quando a proposta vale à pena ser vivida. 




Como bem comenta a blogueira Clarinha:
"...A noção que possuímos a respeito do que seria algo 'contagioso' nos remete de imediato a doenças e, em seguida, a imagem de médicos, jalecos brancos, hospitais, remédios, internações e tudo que esteja diretamente relacionado a área de saúde. Não é fácil atribuir um símbolo tão intimamente ligado a noção de enfermidades a um outro conceito, aparentemente tão díspar e distante quanto o amor. O título do filme em português nos remete de imediato a uma reflexão (o que, creio, não foi proposital por parte dos responsáveis) pois nos faz pensar se é possível espalhar 'bactérias' ou 'vírus' do amor entre as pessoas, infectando-as de boas intenções e proporcionando, dessa forma, melhores ações por parte de todas elas." (grifo nosso) 


 A legenda oficial do filme diz:

"Estados Unidos. Final dos anos 60, início da década de 70. Hunter 'Patch' Adams, um homem maduro e completamente decepcionado com a trajetória de sua vida, resolve internar-se em uma clínica para recuperação de deficientes mentais. Lá, aprimora a hipótese sobre a qual se fundamenta sua revolucionária tese: a 'risoterapia' como poder de cura. A partir daí, resolve abandonar a instituição e matricular-se na prestigiosa Universidade de Medicina da Virgínia. Entre uma aula e outra, intensifica seu contato com os pacientes vestindo-se de palhaço, anjo ou simplesmente inventando jogos. É claro que Patch bate de frente com o reitor Walcott, mas conquista dois fortes aliados para ajudá-lo em seu ideal."


Na tarde de hoje vi muito mais que um pequeno grupo de Jovens acadêmicos; vi um futuro promissor para a nossa medicina, aquecida pelo calor de uma juventude que sabe o valor de uma vida;
 


Que não perdeu de vista o sentido do exercício da medicina tão diluído nas ondas da despersonalização do atendimento do S.U.S (Sistema Único de Saúde) que aqui no Brasil transforma pacientes em mera estatística; onde o lapso de tempo entre os resultados de uma bateria de exames e a próxima consulta, é geralmente tão grande que compromete a emergência dos diagnósticos e a eficácia dos tratamentos.
  


Vi que ainda é possível acreditar numa medicina humanizada exercida por profissionais comprometidos com o ser humano e não com os lucros advindos de uma profissão altamente requisitada. Os Doutores do sorriso, fizeram-me voltar para casa profundamente comovido, e com renovada esperança no amanhã.

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