quinta-feira, 14 de outubro de 2010

70x7 Muito mais que um simples produto


Pedro acabara de questionar a Jesus sobre quantas vezes deveria perdoar um irmão que contra ele pecasse, e seu caráter inquieto que sempre o caracterizou antecipando-se à resposta do mestre, arriscou de pronto um palpite: “até sete vezes? Imaginou Pedro, ser isto mais que suficiente e esperava a aprovação de Jesus pela sugestão interposta”. No entanto, a resposta de Jesus soou-lhe desconcertante: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. (Mt. 18:21 – 21), havia sido reprovado!

Desta passagem bíblica, geralmente somos rápidos em considerar que o produto (70x7), é mais um fator simbólico da disposição de Deus em “sempre” perdoar o pecador arrependido. Conquanto seja verdade que o amoroso Pai Jeová é mui misericordioso, cujo caráter Jesus tão bem representou por preceito e exemplo, numa ocasião, retratando a solicitude do Pai em perdoar, na Parábola do Filho Pródigo; noutra, ao perdoar a mulher adúltera e ainda por implorar ao Pai, no alto da cruz, perdão para os seus algozes.



No entanto, não teria Jesus incluído este produto (70x7) à sua resposta, por uma razão mais especial? Afinal, se é que a idéia aqui ensinada tenciona enfatizar unicamente a “ilimitada” misericórdia de Deus para com o pecador arrependido, o produto poderia perfeitamente ser substituído por... 1000 (mil), por exemplo, e a resposta de Jesus soaria mais ou menos assim: “Não te digo que até sete vezes, mas até mil vezes”, e isto sem prejuízo do sentido, com a vantagem de que “mil” é um número de valor absolutamente maior que o produto (70x7 = 490).
Além do mais, mil tem status de ser um número bíblico. Pedro o mencionou ao afirmar que “para com o Senhor, um dia é como “mil” anos, e “mil” anos como um dia” (II Pdr. 3:8); ainda, no capítulo 20 do Apocalipse ele aparece triunfante, com dupla aplicação, a primeira na prisão milenar de satanás; a segunda, no milênio glorioso dos Santos no céu, (Apoc. 20:1-6). Mas, em detrimento das razões aqui arroladas e por mais fortes que possam ser os argumentos a favor do número “mil”, Jesus preferiu (70x7)! Longe de mim, a pretensão de substituir qualquer porção das Escrituras Sagradas e ser por isto, amaldiçoado conforme (Apoc. 22:19), porém, creio que o sábio mestre de Nazaré pretende ensinar-nos uma verdade bem maior e mais urgente!
















Quero compartilhar ao prezado leitor a luz que o Espírito Santo outorgou-me sobre o texto em questão.Reestudando a doutrina do Juízo investigativo e a profecia das 2.300 tardes e manhãs de Dn. 8:14, percebi que apenas à luz do que está escrito em Dn. 9:24, a resposta de Jesus pode ser perfeitamente compreendida: “setenta semanas então determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade...”, assim começou o anjo a explicar para Daniel a profecia das tardes e manhãs.

Do período profético representado pelos 2.300 dias ou anos (ver Ez. 4:6; Nm. 14:34, antecedentes bíblicos que estabelecem a relação de um dia profético, representando um ano literal), setenta semanas ou seja, os primeiros 490 dias (70x7), seriam reservados para o povo Judeu (“o teu povo e a tua santa cidade”), correspondendo a um período de graça, um período de misericórdia, que começa com retorno dos Judeus à sua Pátria, assegurado pelo decreto de Artaxerxes no sétimo ano do seu reinado, isto por volta do ano 457 AC, conforme o anjo havia predito (Ed. 7:7,11), a saber, desde a saída da ordem para restaurar e para e edificar Jerusalém (Dn. 9:25).

Notemos que este período, conforme diz o anjo, estava determinado: para fazer cessar a transgressão; para dar a fim aos pecados; para expiar a iniqüidade; para trazer a justiça eterna; além de servir para (confirmar) ou selar o restante da visão e da profecia, e para ungir o Santo dos Santos.
Jesus não poderia encontrar período mais significativo para ilustrar a maneira como Deus trata o pecador. Ao responder a Pedro. “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”, Jesus não estava levando a questão do perdão ao nível da pergunta do Apóstolo.

Pedro preocupava-se com o aspecto quantitativo do perdão. Porém, Jesus pretendia lembrá-lo do aspecto qualitativo segundo o qual, há um tempo de graça, há um tempo de misericórdia para o perdão de Deus, tipificado nas setentas semanas (70x7), reservadas para os Judeus. De fato, várias características, levam-nos a considerar ser este período de graça concedido especialmente aos Judeus, um tipo do tempo da graça que Deus concede à humanidade, senão vejamos:
1 – As setentas semanas (70x7 dias) de graça, começa com um DECRETO REAL, concedendo libertação, tendo os Judeus a oportunidade de livremente retornar à sua Pátria depois de setenta anos de cativeiro. Assim, Deus proveu a humanidade escrava do pecado, livramento através do sacrifício de Jesus, “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), e o brado “Está consumado” pelo “Rei dos Reis e Senhor dos senhores” na cruz (Jo 19:30) soa como um DECRETO REAL, a confirmar a libertação a quantos se aproximam do calvário.
2 - A última semana das setenta reservadas aos Judeus é especialmente importante, “se estende do ano 27 ao ano 34 de nossa era. Cristo, a princípio em pessoa e depois pelos seus discípulos, dirigiu o convite do evangelho especialmente aos Judeus. Ao saírem os Apóstolos com as boas novas do reino, a recomendação do Salvador era: “Não ireis pelos caminhos das gentes, nem entrareis em cidades de samaritanos; mas ide às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt. 10:5 e 6).
As setenta semanas, especialmente conferidas aos Judeus, terminaram no ano 34. Naquele tempo, pelo ato do Sinédrio judaico a nação selou sua recusa aos Evangelhos pelo martírio de Estevão e perseguição aos servidores de Cristo. Assim, a mensagem da salvação, não mais restrita ao “povo escolhido”, foi dada ao mundo (Grande Conflito pg. 327). A indiferença e flagrante hostilidade com que os Judeus principalmente na ÚLTIMA SEMANA do seu tempo de graça, trataram o convite do evangelho e seus proclamadores, retrata a situação da humanidade nos ÚLTIMO DIAS, comparado por Jesus como nos dias de Noé (Mt. 24:37 – 39).
3 – Como resultado de sua rebelião para com o filho de Deus, os Judeus foram desqualificados como “povo escolhido”, isto no fim dos 490 anos (70x7), ano 34 d.C (com o martírio de Estevão e início da perseguição aos Cristãos). O que há mais de mais lastimável na vida do homem, senão o de perder sua condição de “escolhido de Deus”? Assim, o fim das setenta semanas, o fim do período de 490 anos ou 70x7, é um tipo do fechamento da porta da graça (ver Mt. 25:11 – 13).
“Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”, foi a resposta de Jesus a Pedro, uma resposta precisa, cabal, ao mencionar o tempo da graça tipológico dos Judeus, Jesus nos ensina que enquanto durar o tempo da graça, enquanto a porta estiver aberta, haverá possibilidade de perdão ao pecador arrependido, ao coração quebrantado.
Muitos ao se depararem com este texto não percebem que Deus tem um tempo determinado para tudo, até para o perdão.
Amado leitor, perto está o tempo quando as nossas setenta semanas se findarão, dando lugar à sentença: “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça e o santo continue a santificar-se” (Apoc. 22:11).

Observemos que não é Deus quem perde a capacidade ou a disposição de perdoar, antes é o homem que não sentirá mais arrependimento pelo pecado, este é o preço que terá de pagar a humanidade pecadora; a insensibilidade crônica, permanente, irreversível ante as bênçãos de Deus. A consciência cauterizada será a maldição do injusto e do imundo, o preço da constante resistência ao mover do Espírito em seu coração e consciência!
Por outro lado, quanta alegria para os justos e santos, em terem garantida, após o fechamento da porta da graça, um sempre crescente aprimoramento espiritual! Em qual destes dois grupos pretendes estar? Que Deus ilumine tua decisão.
Amém!

domingo, 11 de abril de 2010

O Vício que mata

Parece contraditório que o homo sapiens, embora se considere ímpar no reino animal por sua prodigiosa inteligência, venha a adotar comportamentos incoerentes com o instinto de preservação tão natural nas espécies animais.


O ato de fumar, por exemplo, sabidamente destrutivo, é por muitos cultivado ainda que seja consensual a idéia de que o hábito de sorver fumaças corresponda a cavar a própria sepultura.

Uma imagem; um gesto, por vezes, vale mais que o muito falar ou escrever. Certo dia, durante uma aula de português instrumental, minha turma foi instada a elaborar um texto sobre a imagem exibida num slide. Pude perceber então todo o poder comunicativo que a linguagem não-verbal possui. As considerações decorrentes de minhas impressões resultaram neste texto.

A imagem resultava da sobreposição de duas cenas, maravilha dos modernos recursos gráficos: no plano superior, se vê uma cerimônia de enterro sob a perspectiva de quem se encontra no interior de uma sepultura; as bordas retangulares do jazigo estabelecem o limite entre a vida e a morte.

Tudo visto acima: os olhares surpresos da multidão fitando o fundo do poço; o sacerdote que preside a despedida; a solitária ave branca que singra os céus; e a árvore desprovida de folhas, contrasta com a segunda cena vista no plano inferior onde, numa sala estrategicamente visualizada no lugar onde seria o fundo da sepultura, dois rapazes despreocupadamente, fumam seus cigarros alheios ao fato de estarem se autodestruindo.

A poderosa mensagem é rica em significados. Enquanto a “irracional” avezinha usa de sua liberdade para fazer o que lhe é próprio; enquanto a árvore tem a chance de experimentar as etapas de sua existência: nascer, crescer, adquirir uma linda e frondosa folhagem, e no outono renovar-se com a substituição de suas folhas; os pobres rapazes, no alvorecer de suas juventudes, “racionalmente” se deixam escravizar pelo vício fatal.

E assim, usando e abusando de suas liberdades para fazerem o que não lhes é próprio, uma vez que seus pulmões foram feitos para processarem oxigênio, ar puro necessário à vitalidade do organismo, como resultado, não terão a mesma sorte da velha árvore que silenciosa contempla a triste cena de jovens vidas prematuramente ceifadas no altar da permissividade.

A idéia resultante é forçosamente, a de que o ato de fumar corresponde a um lento suicídio, a cena do enterro apenas prenuncia o óbvio: a morte prematura dos amigos da nicotina.

O problema é que, uma vez mergulhado no mundo da dependência química, o indivíduo percebe tardiamente que se encontra num ciclo vicioso que pode ser definido como "beco sem saída", ou "fundo do poço", circunstâncias estas para as quais é difícil retroceder sem ajuda externa.

Felizmente, ainda que com resultados tímidos, esforços de comunidades terapêuticas de caráter multidisciplinar de abordagem, e principalmente, com a ativa vontade de recuperação do indivíduo tem se conseguido a recuperação. 

Nesse processo de tratamento dos narco-dependentes, a informação é imprescindível, principalmente por parte dos familiares. Aliás, é consenso entre os terapeutas, que a família adoece junto com o dependente, sendo necessária a orientação da comunidade familiar a fim de que o tratamento possa obter mais possibilidades de êxito, a partir da qualidade das relações interpessoais convenientemente orientada. 


Visando prover esse tipo de orientação, existe por exemplo,  O curso "Tabagismo: como lidar?" direcionado ao público geral, desde profissionais da área da saúde, educação, pessoas fumantes e dependentes de tabaco ou a quem esteja interessado em expandir seus conhecimentos e aprender informações atuais e práticas sobre a dependência de cigarro. O curso tem como objetivo responder perguntas frequentes a respeito dessa doença, esclarecendo questões importantes para aqueles que convivem ou trabalham com indivíduos que sofrem desse problema.  

Sendo o tabaco a porta de entrada para o consumo de substâncias mais forte como a maconha e o crack, podemos obter valiosíssimas orientações através do curso "Dependência de Crack: como lidar?" direcionado ao público geral, desde profissionais da área da saúde, educação a pais de dependentes químicos ou a quem esteja interessado em expandir seus conhecimentos e aprender informações atuais e práticas sobre a dependência de crack. O curso tem como objetivo responder perguntas frequentes a respeito dessa doença, esclarecendo questões importantes para aqueles que convivem ou trabalham com indivíduos que sofrem desse problema.


Em ambos os cursos, é possível obter informações sobre as dependências e as diversas formas de tratamento. É importante ressaltar que esses cursos têm a finalidade educativa e jamais substitui a consulta presencial com profissional habilitado! 

Professores: Aline Baptistão- Psicóloga CRP 06/94648, Ana Carolina Schimidt – Psicóloga CRP 06/99198 e Dr. Hewdy Lobo Ribeiro CREMESP 114681.