terça-feira, 4 de junho de 2013

Mãe, um ser singular!




              A pedagogia divina tem lançado mão de vários recursos a fim de ensinar-nos profundas verdades espirituais:  o ritual do Santuário, com seus utensílios e personagens, transmite-nos a forma como Deus age para com o pecado; o sacrifício substitutivo do cordeiro de Deus; o amor que salva da morte ( o salário do pecado), o pecador  verdadeiramente arrependido.

                  Outras vezes essa pedagogia lança mão de parábolas  através das quais Jesus explora o poder da Palavra, através da ilustração de elementos tão comuns  ao nosso dia-a-dia, a fim de transmitir-nos as verdades eternas: o lírio dos campos; a rede lançada ao mar; a semente lançada ao solo em terrenos diversos; um diligente Pastor que se preocupa com uma única ovelha perdida, etc.

                Porém, dentre os recursos utilizados por essa pedagogia celeste, a figura materna é especialmente singular. Gostaria de considerar algumas lições que a Palavra de Deus nos ensina em torno dessa personagem tão amada por todos nós.

            Conta-se que nos tempos do Rei Salomão, quando a coroa tinha um poder absoluto sobre os homens; podendo os reis exercerem naturalmente as funções de legislador e juiz. Salomão adotou uma processualística interessante ao julgar uma causa envolvendo duas mães. O relato se encontra em I Reis, capítulo 3. Os versículos 16 a 28 do referido capítulo introduz no texto Sagrado, o tema do amor materno na corte de Salomão. 

               Duas mulheres foram até perante o Rei a fim de reclamarem pelo reconhecimento da maternidade de um único menino. Ocorre que as duas mulheres moravam na mesma casa, porém uma delas, enquanto dormia acabou por sufocar involuntariamente, o seu filho ao virar-se por cima dele. Pela manhã, ao perceber que seu filho estava morto, pela manhã bem cedo, o trocou tomando o filho vivo da outra mulher enquanto esta ainda dormia.
 

             Percebendo que o menino que jazia morto ao seu lado não era seu filho, a mulher cujo filho estava vivo, passou a reclamar da outra pelo seu verdadeiro filho surgindo daí o conflito que foi parar na corte de Salomão. 

             Creio que se a Salomão fosse dado viver em nossos dias, perplexo ficaria diante de notícias como a daquela "mãe" que abandonou sua filhinha no lixo, em uma noite fria de São Paulo! É que vivemos tempos difíceis e desafiadores, tempos que desafiam a razão, a lógica, a ciência. Vivemos os últimos dias deste mundo, tempos nos quais Jesus questionou: "porventura, quando vier o filho do homem, encontrará amor na face da terra?" (Mateus24,12) e ainda, "...e por se multiplicar a iniquidade, o amor de quase todos esfriará.

           O relato bíblico prossegue com a brilhante e assustadora decisão do Rei Salomão, ordenando um dos seus soldados a tomar a sua espada e dividir o bebê disputado, e dar metade do menino a cada uma das mulheres. 
  
        Aqui, a ausência de espírito materno revelou a máscara por trás de uma das mulheres que não sendo a verdadeira mãe apoiou a decisão do Rei, enquanto a verdadeira mãe temendo pela vida de seu filho clamou ao Rei que o desse à impostora. Salomão então concluiu sabiamente a quem entregar o menino. A verdadeira mãe havia se revelado. Seu amor preferia vê-lo vivo nos braços de outra mulher. 

           A Palavra de Deus, como luz a brilhar em meio às trevas, lampeja palavras de consolo, permeadas de amor ao declararem Isaías 49:13-15: 

Exultai ò ceús, e alegra-te ò terra, e vós, montes, rompei em cânticos! Pois o Senhor consola o seu povo, e dos seus aflitos se compadecerá. Mas Sião disse: O Senhor me desamparou,  o Senhor se esqueceu de mim. Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de modo que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. 

       Assim, prezados filhos, todos nós somos frutos de uma maternidade assumida. Se tendes no amor de vossas mães, um exemplo digno de ser honrado, é neste amor que o Autor do universo Se utiliza para fazer-nos entender a grandiosidade do Seu próprio amor. 
          Prezado leitor, que nestes tempos enquanto vives no limiar da história, a lembrança do amor de uma dedicada mãe seja um meio eficaz a te assegurar o quanto o Pai te ama. Que Deus te abençoe e te guarde

            Celso Jardim

Nenhum comentário: